Passado o primeiro mês de campanha eleitoral, o acirramento da
disputa política no interior do estado já começou a provocar os
primeiros atos de violência. O primeiro caso de suspeita de assassinato
por causa da disputa ocorreu no município de Pau dos Ferros, onde um
militante peemedebista morreu após ser atropelado em movimentação
política. A vítima era conhecida como Tico do Perímetro. O fato provocou
o pedido de reforço policial para o município durante a campanha, feito
pelo deputado estadual Gustavo Fernandes (PMDB).
“Chega de violência. É preciso pôr um fim nessa tendência ao
vandalismo. É inadmissível que as eleições tenham esse clima aguerrido.
Pretendemos ter uma manifestação pacífica e calma, para que cada
candidato possa levar suas propostas aos cidadãos. Tenho a obrigação de
fazer essa denúncia aqui, não só pela dor de perder um amigo, mas pela
sua família, para que não aconteça mais essa violência”, desabafou o
peemedebista.
Ontem, o deputado estadual Getúlio Rego (DEM), adversário de Gustavo
em Pau dos Ferros, disse que o episódio não teve conotação política.
“Nossa vida pública sempre foi pautada pelo trabalho e pelo cumprimento
da norma legal. As lideranças políticas de Pau dos Ferros nunca
incitaram a violência e nem transformaram a disputa política numa queda
de braço. Sempre apresentamos ideias, propostas e respeito ao pleito
coletivo”, rebateu o parlamentar.
Nos outros municípios do estado, ainda não foram registrados
acidentes mais graves. Temendo o acirramento da campanha eleitoral,
juízes eleitorais responsáveis por 105 municípios do Rio Grande do Norte
já solicitaram reforço de tropas federais para as eleições. Os pedidos
foram encaminhados ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que aguarda uma
resposta da governadora Rosalba Ciarlini (DEM), desde o dia 27 de
julho, para enviar os pedidos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O TRE fez uma consulta à governadora para saber se existe condições
de, somente com a Polícia Militar (PM), o Estado conceder reforço aos
municípios que requereram maior segurança. Em caso de a governadora
declarar que o Estado não tem como atender a demanda, o TRE solicitará
as tropas federais ao Tribunal Superior Eleitoral. Os juízes alegam que o
contingente policial dessas cidades é pouco para o período de eleições.
De acordo com a assessoria de imprensa do TRE, Rosalba Ciarlini ainda
não se posicionou sobre o assunto. Enquanto isso, os juízes eleitorais
aguardam. Nossa equipe de reportagem entrou em contato com o governo do
estado para questionar sobre o posicionamento referente o assunto. No
entanto, a assessoria de comunicação não soube informa e o secretário do
Gabinete Civil, Anselmo Carvalho, não atendeu nossas ligações.
Do Diário de Natal
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