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domingo, 15 de julho de 2018

Fies enfrenta crise e inadimplência de 60%

O programa que deveria ser a porta de entrada para um curso superior tem gerado incertezas e ociosidade. O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) enfrenta uma crise, em grande parte, causada pela desconfiança dos estudantes. Após experimentar um grande crescimento até 2014, com o maior montante de contratos firmados, a iniciativa do governo federal não atrai mais candidatos como antes. Há oferta de vagas sem interessados, e a inadimplência está em alta.

Segundo o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), ligado ao Ministério da Educação (MEC), dos 613.962 contratos em amortização neste ano (que vem sendo pagos pelos já formados), 59% estão inadimplentes, ou seja, há 364.063 contratos com, pelo menos, um dia de atraso no pagamento.

O percentual é bem maior do que o registrado no auge do programa, em 2014. Naquele ano, havia 732.674 contratos em amortização, e o percentual de inadimplência era de 38%, já considerado alto pelos especialistas. Mas, em 2017, do total de 521.590 contratos, 53% eram pagos com atraso.

Além da inadimplência, o programa enfrenta o desinteresse pelo financiamento. Pelas projeções da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes), apenas 30 mil das 80 mil vagas oferecidas para o primeiro período letivo foram preenchidas — ociosidade que chega ao patamar de 62,5%.

Para o vice-presidente da Abmes, Celso Niskier, o problema atual do Fies não se explica somente pelo desinteresse dos estudantes, mas pelos erros na formulação das regras.

A redução no número de ingressantes verificada nos últimos anos é, na verdade, resultado das alterações promovidas no programa pelo governo federal que iniciaram em 2015 e foram concluídas no final de 2017. Foram mudanças que retiraram o caráter social do programa, conferindo a ele o caráter eminentemente fiscal e financeiro, tornando-o inacessível para uma parcela significativa dos estudantes que necessitam do suporte do poder público para conseguir acessar a educação superior”, afirmou.

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