A Polícia Federal (PF)
cumpre mandado de busca e apreensão no apartamento do ministro da Ciência e
Tecnologia,Gilberto Kassab (PSD), nos Jardins, bairro nobre de São Paulo, na
manhã desta quarta-feira. Como não havia ninguém no apartamento até 7h30, os agentes
federais tiveram que esperar a chegada de uma secretária de Kassab com as
chaves do imóvel.
Autorizada pelo Supremo
Tribunal Federal ( STF ), a operação desta quarta-feira investiga pagamentos
feitos pela JBS a políticos entre 2010 e 2016. O empresário Wesley Batista
disse, em delação, que, no período, a empresa pagou a Kassab uma mesada de R$ 350
mil para contar com a influência do político em “alguma necessidade futura” .
Segundo a PF, parte do
dinheiro ilícito foi direcionada ao governador do Rio Grande do Norte, Robinson
Faria (PSD), e a um deputado federal potiguar.
“Suspeita-se que os valores eram recebidos por empresas, através da simulação de serviços que não
foram efetivamente prestados e para os quais foram emitidas notas fiscais
falsas”, afirma nota da PF.
Ao todo, foram
expedidos oito mandados judiciais, que estão sendo cumpridos em São Paulo e Rio
Grande do Norte. Até as 7h30, não há informação sobre prisões.
São investigados os
crimes de corrupção passiva e falsidade ideológica eleitoral.
Kassab também foi
citado na delação da Odebrecht. Executivos da empreiteira relataram à PF que
pagaram R$ 21 milhões em caixa dois durante a campanha de Kassab para a
Prefeitura de São Paulo em 2008 . A delação levou o político a virar réu em uma
ação de improbidade no Tribunal de Justiça de São Paulo em setembro.
Os valores teriam sido
cobrados por Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, apontado como operador do
PSDB, e também investigado na Lava-Jato paulista.
Ex-prefeito de São
Paulo e ex-ministro das Cidades do governo Dilma, Kassab foi indicado para
assumir a Secretaria da Casa Civil do governador eleito João Doria (PSDB) a
partir de 1º de janeiro.
O Globo
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