Os partidos do centrão fecharam o desenho do cargos
a que terão direito no governo e o Palácio do Planalto faz agora uma pesquisa
detalhada sobre os nomes que foram indicados por Progressistas, PL e
Republicanos.
O ponto central do pente-fino é buscar qualquer
associação dos postulantes ao cargo com o PT. As siglas foram avisadas de que
haverá pesquisa profunda na internet para saber se os indicados “seguem” alguém
da oposição nas redes sociais ou se já doaram recursos para algum candidato do
PT.
A indicação fez com que o centrão corresse para
alertar seus indicados a fazer “uma limpa” em seus perfis na internet.
Pelo acerto discutido hoje (21) com o governo
federal, o PL, de Valdemar Costa Neto, ficará com a presidência do Banco do
Nordeste e a secretaria de vigilância em saúde no Ministério da Saúde.
O posto, comandado pelo secretário Wanderson
Oliveira na gestão de Luiz Henrique Mandetta, é um dos mais estratégicos da
pasta e central no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus.
Já o Progressistas, presidido pelo senador Ciro
Nogueira, terá o direito a indicar a presidência do Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE) e também do Departamento Nacional de Obras
Contra as Secas (Dnocs). O FNDE é um dos órgãos com maior orçamento do governo,
cerca de R$ 50 bilhões, e controla a distribuição de recursos para Estados e
municípios em diversos programas federais.
Já o Republicanos, comandado pelo deputado Marcos
Pereira, ganhará uma secretaria no Ministério de Desenvolvimento Regional,
pasta chefiada hoje por Rogério Marinho. O ministério é central na organização
da distribuição de recursos para diversos municípios e sempre bastante cobiçado
por partidos, interessados em agradar prefeitos aliados.
Líderes afirmam que o desenho final da distribuição
de cargos ainda pode sofrer alguma alteração. Mas o acerto é tido como em fase
final. Houve sinalização em reunião na segunda-feira (20) entre representantes
do grupo e integrantes do Palácio do Planalto que a confirmação final do acordo
e o aval final aos nomes ocorrerá ainda nesta semana.
PL, Progressistas e Republicanos estão negociando em
conjunto e fizeram um acordo para que haja distribuição entre eles de cargos
dos órgãos que irão controlar. A ideia ainda é que haja um compromisso dos
indicados ao comando das instituições de atender com a mesma dedicação os
pedidos do partido que patrocinou a indicação e dos demais aliados do bloco.
Ao PSD, de Gilberto Kassab, foi prometida o controle
daFundação Nacional de Saúde (Funasa). Mas esse acerto foi feito diretamente
entre a sigla e o Palácio do Planalto.
Em troca, o grupo promete atuar de forma mais
favorável ao governo em votações na Câmara dos Deputados. Líderes dizem, porém,
que não haverá um alinhamento automático. Mas que o presidente e seus ministros
terão de abrir diálogo a partir de agora e debater os assuntos que serão
votados.
CNN Brasil
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