Mesmo com o receio de
uma nova onda de contaminação, países que ainda registram infecções e mortes
pela covid-19 tentam retomar a rotina. Nesta terça-feira, 12, pelo menos 1,5
milhão de crianças voltaram às aulas em 50,5 mil escolas na França. Na Itália,
a partir da semana que vem, bares, restaurantes e salões de beleza poderão
voltar a funcionar. Reino Unido se prepara para começar a afrouxar as medidas
de contenção amanhã, 13.
As escolas francesas
estão abertas desde segunda-feira, quando professores voltaram a suas
atividades e prepararam o retorno dos alunos de creches e do primário – as
unidades ficaram fechadas por um mês e meio. No entanto, o número de estudantes
que retomaram a rotina representa menos de um quarto do total de 6,7 milhões de
alunos do ensino fundamental na França.
A previsão do governo
francês é que os estudantes do ensino médio voltem antes do fim do mês, mas
isso dependerá da taxa de contaminação de suas regiões nas próximas semanas.
Há cidades, porém, que
estão relutantes, assim como professores, que apelam ao direito de não
trabalhar por considerar que há risco à saúde. Pais também têm medo de enviar
seus filhos às escolas e, como o retorno é opcional, muitos decidiram manter os
filhos em casa.
O governo estabeleceu
um protocolo de segurança de 60 páginas que deve ser seguido pelos diretores de
escolas. As classes só poderão ter 15 alunos cada uma. As regras também preveem
que os professores usem máscaras e lavem as mãos repetidamente, incentivando os
alunos a fazerem o mesmo. O retorno também é escalonado, com salas divididas em
duas e estudantes se alternando a cada semana entre aulas presenciais e a
distância.
Na Itália, um dos
países mais afetados pela pandemia, o governo anunciou hoje que bares,
restaurantes, cabeleireiros e salões de beleza poderão reabrir na próxima
semana. As autoridades regionais terão a autorização para suspender as
restrições a partir do dia 18.
A liberação para que
cada região faça a sua abertura veio após pressão de líderes locais sobre o
primeiro-ministro, Giuseppe Conti, depois de o país registrar o menor nível de
infecção em dois meses – hoje, foram registradas na Itália apenas 172 mortes –
no auge, o governo italiano chegou a ter quase mil mortos por dia.
“O primeiro-ministro
aceitou nosso pedido de autonomia”, disse Giovanni Toti, líder de
centro-direita da região da Ligúria. “Seguindo em frente, usando o bom senso,
todos começaremos novamente juntos”, disse ele ao jornal The Independent.
Reino Unido se prepara
para reabertura
O Reino Unido se
prepara para começar a afrouxar as medidas de contenção nesta quarta-feira,
mesmo depois de ter sido revelado hoje o número de atestados de óbito que
apontam a covid-19 como possível causa de morte ultrapassou 40 mil no país
desde o início da pandemia.
A estimativa supera o
número de mortes por coronavírus em hospitais, residências e asilos confirmado
por um teste oferecido diariamente pela Secretaria de Estado da Saúde, que hoje
é de 32.692. Hoje, foram reportadas 627 novas vítimas.
Apesar do último
aumento na mortalidade, o governo mantém a recomendação de que os funcionários
que não podem trabalhar em casa comecem a conversar com suas empresas a partir
de amanhã para organizar o retorno às atividades.
A partir desta quarta,
além disso, atividades físicas fora de casa serão permitidas com limitações de
tempo, e pessoas que não moram juntas poderão se encontrar, desde que seja
mantida uma distância de segurança de dois metros entre elas.
Na prática, o roteiro
anunciado no último domingo pelo primeiro-ministro, Boris Johnson, só será
cumprido na Inglaterra, já que os governos autônomos de Escócia, País de Gales
e Irlanda do Norte consideram a o fim do isolamento social prematuro e usaram
seus poderes pela primeira vez nesta crise para se distanciar do Poder
Executivo central.
Estadão Conteúdo
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