A pandemia de covid-19
já infectou mais de 4 milhões de pessoas no mundo e deixou mais de 276 mil
mortos. Diante disso, os trabalhos para desenvolver uma vacina tem se
intensificado. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), na 3ª feira
(5.mai), mais de 100 candidatas à vacina estão sendo testadas e 8 delas já
estão na etapa de ensaios clínicos– envolvendo humanos.
As novas tecnologias
dão esperança que o tempo de criação da vacina seja menor que o comum, que pode
levar cerca de 10 anos. Pesquisadores da Universidade de Oxford iniciaram
testes clínicos com estimativa que o produto esteja pronto até o fim de 2020.
Os cientistas usaram
como ponto de partida uma pesquisa anterior baseada em outro coronavírus,
causador do Mers, que é da mesma família da covid-19. Foram realizados testes
em macacos rhesus e os resultados foram promissores: uma dose de vacina
imunizou 18 animais. O resultado foi publicado na revista Science Advances em
1º de maio.
Para fazer fazer a vacina
contra a covid-19, foi usada a mesma plataforma da pesquisa anterior, que teve
como vetor 1 adenovírus (que causa o resfriado comum) inativo e nele
introduzido uma proteína do Mers-CoV, capaz de fazer o corpo produzir
anticorpos. Dessa vez, os cientistas usaram uma proteína do Sars-CoV-2,
responsável pela covid-19. A previsão é começar testes em 6.000 pessoas até o
fim do mês.
ESTRATÉGIAS
Uma estratégia usada
para produzir uma vacina é usar uma versão atenuada do vírus para obter uma
resposta imunológica. No entanto, os pesquisadores também estão usando o método
do RNA mensageiro (RNAm) do vírus, que comanda a produção de proteína depois de
“lê” as informações genéticas.
Duas das 8 vacinas em
fase clínica usam o modelo de RNAm.
“É importante testar várias estratégias porque ainda não sabemos quais
vão funcionar e não podemos apostar as fichas em uma só”, disse
imunologista Ricardo Gazzinelli ao Estadão. Ele coordena uma linha de pesquisa
no Brasil, parceria da Fiocruz com a UFMG e Butantã, na busca por uma vacina
contra o Sars-CoV-2.
EXPOSIÇÃO DE
VOLUNTÁRIOS
Nos ensaios clínicos é
necessário tempo para que os voluntários vacinados entrem em contato com o
vírus de forma natural, o que pode levar tempo.
Diante da emergência da
pandemia de covid-19, pesquisadores estão discutindo sobre a necessidade de
intervir nesse processo e expor os voluntários ao vírus para acelerar o
processo, mesmo colocando as pessoas em risco.
0 comentários:
Postar um comentário