A recuperação foi maior
entre os trabalhadores autônomos, que ganharam em no mês passado 72% do
recebido antes da crise da Covid-19, ante 63% em junho. Já os quem atuam no
setor privado, mas sem carteira assinada, receberam 85% do habitual, contra 79%
no mês anterior. Os trabalhadores do setor privado e registrados continuam a
receber, na média, mais de 90% do rendimento habitual. O levantamento do Ipea é
baseado em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad)
Covid-19, publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Pesquisa (IBGE).
“Pela primeira vez, desde o início da pandemia, o auxílio emergencial
compensa em média mais que a diferença entre a renda efetiva e a habitual. Ou
seja, entre os que permaneceram empregados, a renda média com o auxílio já é
maior do que seria habitualmente”, afirma o economista e pesquisador do
Ipea, Sandro Sacchet. O levantamento mostrou a disparidade dos impactos da
crise. No Nordeste, o auxílio de R$ 600 fez com que a renda média alcançasse
86,7% em julho do habitual, ante 81,3% registrado no mês anterior. Já no
Centro-Oeste, a região menos impactada, o orçamento das famílias se manteve em
89,7% do anterior à crise.
Outros estudos
divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV), no início de agosto, mostraram
que a distribuição dos R$ 600 para quase metade da população fez o Brasil
registrar entre maio e junho o menor percentual de pessoas vivendo abaixo da
linha da pobreza em ao menos 40 anos, e elevou a renda média dos brasileiros em
24%. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que o repasse será
mantido até o fim do ano, mas com valor menor do que o atual. A extinção do
pagamento está vinculado ao lançamento do Renda Brasil, programa de renda
mínima que substituirá o Bolsa Família.
Jovem Pan
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