Em meio ao acirramento da disputa entre PP e PL para atrair o presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, contemporizou ontem e defendeu que, independentemente da decisão do chefe do Executivo, a chapa à reeleição seja integrada pelos dois partidos. Em entrevista ao programa “Em Foco com Andréia Sadi”, da GloboNews, Nogueira, presidente licenciado do PP, disse que “torce” para que a legenda seja a escolhida, mas evitou entrar em choque com Valdemar Costa Neto, também líder do Centrão e comandante do PL.
Sem filiação partidária
há quase dois anos, Bolsonaro vem fazendo acenos para as duas legendas. A
aliados, sinalizou que a definição deverá ocorrer em 15 dias. A favor do PP,
pesa o fato de ser uma sigla que já conhece, por tê-la integrado por mais de dez
anos; já em relação ao PL, a vantagem é uma unidade partidária maior, por Costa
Neto ter um controle mais assertivo nos estados. Ontem, Bolsonaro afirmou que a
escolha está entre as duas siglas.
“O que ele (Bolsonaro) não pode ficar é sem partido (…) Eu acredito que,
se ele for para o PL, o natural é ser o vice do Progressistas. Se ele for para
o Progressistas, o natural… (é o vice ser do PL). Tem também o Republicanos.
Acho que o vice não vai fugir desses três partidos, não”, disse Nogueira.
Na busca por uma sigla
sobre a qual pudesse ter controle total, o presidente também chegou a flertar
com o PTB, de Roberto Jefferson, e com o Patriota, partido ao qual Flávio
Bolsonaro se filiou neste ano. Mas as movimentações para receber Bolsonaro no
Patriota provocaram um racha que levou à destituição definitiva de Adilson
Barroso da presidência, por estar negociando “individualmente” a filiação do
presidente. O projeto de criar um partido do zero, o Aliança pelo Brasil,
naufragou.
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