Mudar a fórmula de uma das vacinas mais usadas no Brasil e adaptá-la a novas variantes levaria ‘dias’. A afirmação é do chefe das pesquisas de desenvolvimento da vacina da Universidade de Oxford com o laboratório AstraZeneca, Andrew Pollard. Em visita ao Brasil para a implementação de um centro de estudos de Oxford, o britânico concedeu entrevista exclusiva à CNN e afirmou que a adaptação no imunizante é a parte mais rápida do processo.
“É possível desenvolver uma vacina em dias, mas ela precisa ser
produzida, o que demora alguns meses, e precisa ser testada. A resposta que não
temos dos reguladores é quantos testes são necessários, e se forem necessário
muitos testes, levará mais tempo”, afirmou.
O grupo de pesquisa da
universidade, no Reino Unido, está empenhado em fazer os testes de eficácia da
fórmula da vacina contra a variante Ômicron. O trabalho é feito em laboratório
colocando o vírus dessa cepa em contato com o soro de pessoas vacinadas com a
fórmula de Oxford/AstraZeneca. Pollard revelou que a expectativa é que os
resultados saiam em cerca de 14 dias, na semana do Natal. Mas afirmou que é
impossível precisar a data pois os estudos no laboratório são imprevisíveis.
“Nesse
estágio, nós não temos informações suficientes. Nas próximas semanas, nós vamos
começar a aprender se essas mutações da proteína Spike realmente enfraquecem a
imunidade gerada pelas vacinas. É provável que haja uma habilidade do vírus de
se disseminar mais facilmente mesmo nas populações vacinadas. Mas, até o
momento, não vemos evidências de casos mais graves”,
disse ele.
A proteína Spike é uma
especie de camada de revestimento do vírus que é justamente usada pra conexão
com os anticorpos, que destroem o vírus e diminuem a infecção. A diferença da
Ômicron para outras variantes é justamente o fato de as mutações se
concentrarem nesse local. Mas há ainda outro ponto que atrai a atenção dos
pesquisadores, a alta capacidade de contágio da mutação identificada pela
primeira vez na África do Sul.
CNN
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