O PMDB se prepara para
tirar o PT do comando da Câmara dos Deputados, mesmo sem ter a maior bancada da
Casa. A eleição será apenas em fevereiro do ano que vem, mas já assombra os
negociadores palacianos. Comandado por um parlamentar — Eduardo Cunha (RJ) — que
liderou uma rebelião de 300 deputados este ano e adora alardear que chegou o
momento de pôr um fim na hegemonia petista em Brasília, o embate tem tudo para
atrapalhar a governabilidade no início do segundo mandato de Dilma Rousseff.
Além do orçamento bilionário
— Câmara e Senado já gastaram juntos, em 2014 cerca de R$ 6,2 bilhões — os
presidentes das Casas também definem quais projetos irão a votação, quais
Comissões Parlamentar de Inquérito podem ser instaladas e conduzem as sessões,
entre outros poderes. Tudo isso em um Congresso assustado pelas delações
premiadas da Petrobras.
Na Câmara, o PMDB saiu
na frente. Ao reconduzir o deputado Eduardo Cunha (RJ) para a liderança da
bancada na quarta-feira, os peemedebistas lhe deram carta branca para montar um
bloco em torno de sua candidatura, e as conversas estão avançando entre
partidos da base como PR, PP e PTB. Os petistas, apesar da vitória presidencial
obtida no último domingo, vêem uma possibilidade real de rompimento do acordo
firmado com os peemedebistas em 2006, e que garantiu uma calma aparente no
Congresso nos últimos oito anos.
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