Chegamos aos primeiros
100 dias da gestão Robinson Faria (PSD). Apesar de não estar olhando pro
retrovisor, é de lá que vêm seus problemas maiores. O que recebeu o deixa
manietado em termos de investimentos e simples funcionamento operacional
básico.
O governador transpira
autoconfiança e irradia otimismo. Comunica-se sem atolhos, miopia ou qualquer
atitude cesarista.
Foi ágil ao decretar
estado de calamidade no sistema prisional, para estancar logo essa metástase
com apoio da Força Nacional.
Revelou habilidade para
negociar com setores insatisfeitos do funcionalismo e buscou alternativas para
dar alguma resposta à insegurança.
Não se furta ao
diálogo, algo difícil na administração passada. Sabe ouvir, situação pouco
comum entre os políticos.
Mas comete um erro que
me parece comprometedor do futuro: não tomou medidas concretas e incisivas para
atacar a crise que dilapida as forças do Estado, impedindo-o de avançar em
investimentos e reduzir custeio. Nada além do comum.
Talvez pague um preço
alto por isso.
Também não dá indicadores
de que tenha um plano de governo pronto e acabado ou pelo menos esboçado. As
próprias informações sobre a “herança
maldita” ainda estão sendo compiladas e não param de aparecer surpresas
desagradáveis.
É absolutamente
impossível sanar o caos tão-somente com discurso que elevem a auto-estima e até
certo ponto revelem algum ufanismo. Essa retórica não se sustentará por muito
tempo.
A paciência da
população é bem inferior, por exemplo, ao que se manifestou em relação ao
Governo que o antecedeu. Os nervos estão a flor da pele e a própria conjuntura
é bem mais desfavorável.
Todos parecem no seu
limite.
Se as medidas amargas
precisam ser tomadas, eles deveriam ter sido geradas nos primeiros dias da
administração. Isso não ocorreu até esse instante.
E o governador sabe que
precisará fazer ajustes logo, rapidinho.
Na atividade pública e
na iniciativa privada não conheço nenhum “case” de sucesso no enfrentamento de
crises mastodônticas como a vivida pelo Estado do RN, sem remédio muito amargo.
“Canja de galinha” não cura câncer.
Daqui para frente, o
tempo corre em desfavor do Governo, que dificilmente estaria de pé se não
tivesse utilizando recursos do Fundo Previdenciário, aprovado no apagar das
luzes do Governo Rosalba Ciarlini (DEM). Portanto vive sustentado
artificialmente. Por “aparelhos”, digamos.
Robinson Faria chegou
ao poder com poucos compromissos ou nenhum compromisso, com ele próprio gosta
de repetir, com grupos ou corporações financiadoras de campanha. Enfim, não
precisará fazer muitas concessões ou fatiar a administração à base do compadrio
ou toma-lá-dá-cá.
Utilizando essa
vantagem, pode fazer mais o que Rosalba não soube fazer ou não teve coragem de
promover.
O Rio Grande do Norte
não pode esperar. E 100 dias já se foram…
Do Carlos Santos








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