Numa operação que
envolveu boa parte do primeiro escalão nesta segunda-feira, o governo Dilma
Rousseff prometeu, nos bastidores, mais cargos ao PMDB e sugeriu, publicamente,
que o tamanho dos cortes orçamentários depende do Congresso Nacional. Basta que
o fim das desonerações na folha de pagamento, um dos mais importantes itens do
ajuste fiscal, seja aprovado pelos parlamentares e aplicado em 2015.
O Palácio do Planalto
colocou essas cartas na mesa após a Câmara mudar, nas duas últimas semanas, as
medidas provisórias que restringiam acesso a direitos trabalhistas (MP 665) e
previdenciários (MP 664). Com as alterações, a economia do ajuste fiscal
prevista com as MPs caiu de 18 bilhões de reais para 14,5 bilhões de reais
anuais. Ao tentar manter a essência do texto do projeto de lei sobre as
desonerações, Dilma tenta economizar mais 6 bilhões de reais neste ano.
O governo negocia com o
PMDB o comando da Companhia Docas no Rio (que administra os portos do Estado)
em troca da manutenção do texto da desoneração. O relator do projeto é o líder
da bancada do partido na Câmara, deputado Leonardo Picciani (RJ). Fiel
escudeiro do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Picciani queria adiar
para 2016 o fim das desonerações. A justificativa era a de que empresas
precisariam se adaptar.
Da Revista Veja
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