Wilma Maria de Faria
nasceu no dia 17 de fevereiro de 1945.
E entrou para a vida
pública como mulher de governador.
Era casada com
Lavoisier Maia quando, em 1979, assumiu a presidência do MEIOS – Movimento de
Integração e Orientação Social.
À época ainda era
conhecida por Wilma Maia.
Em 1983, já no governo
de José Agripino Maia, Wilma foi nomeada titular da Secretaria de Trabalho e
Bem-Estar Social.
Como gestora do órgão
responsável por ações sociais do Governo, pôde demonstrar o carisma que tinha
no contato, principalmente, com pessoas mais carentes, e em 1985 se afastou da
gestão para disputar, pela primeira vez, a Prefeitura de Natal.
Começou mal a carreira
política, perdendo para Garibaldi Filho, eleito prefeito da capital.
A derrota inicial deu o
gás que ela viria a mostrar logo em seguida, quando ganhou dos eleitores o
apelido de Guerreira.
Em 1986 Wilma se elegeu
deputada federal e ajudou a escrever a Constituição que está em vigor.
Se destacou no
Congresso Nacional pelos debates em torno dos direitos sociais e dos
trabalhadores.
Na avaliação do DIAP –
Departamento Intersindical de Assuntos Parlamentares, entre os 513
parlamentares da Câmara, ficou entre os deputados Nota 10.
Sem cumprir o mandato
até o final, se candidatou novamente à Prefeitura de Natal em1988, derrotando o
então candidato Henrique Alves, candidato do então prefeito Garibaldi Filho.
Foi eleita a primeira
mulher prefeita de Natal.
Em 1992, ainda sem o
instituto da reeleição em vigor, concluiu o mandato de prefeita e elegeu,
derrotando mais uma vez Henrique Alves, o até então ilustre desconhecido
engenheiro Aldo Tinoco.
A relação entre criador
e criatura durou pouco mais de um ano e o rompimento foi inevitável.
Nessa época a
Guerreira, que tinha como marca uma Rosa vermelha, símbolo do PDT, já estava
separada de Lavoisier Maia.
Foi quando ela assumiu
seu sobrenome e virou Wilma de Faria.
Sem mandato, disputou o Governo do Estado em
1994 e ficou em quarto lugar.
Dois anos depois, em
1996, disputou mais uma vez a Prefeitura de Natal e mais uma vez se elegeu, se
reelegendo em 2000.
Em 2002, na metade do
terceiro mandato de prefeita, renunciou ao cargo contra a vontade de aliados e
assessores.
Ouviu a mãe, Dona
Sally, e sem comunicar a ninguém, foi à Prefeitura e renunciou.
Entregou a
administração ao seu vice, Carlos Eduardo Alves, e com apenas 2% de intenção de
votos nas pesquisas realizadas com vistas ao Governo do Estado, disputou a
eleição e ganhou.
Derrotou o então
governador-candidato à reeleição, Fernando Freire.
Sozinha e desacreditada
inicialmente até por seus sábios conselheiros, foi eleita a primeira mulher
governadora do Rio Grande do Norte.
Se reelegeu em 2006
derrotando o ex-governador Garibaldi Filho.
Foi o troco da eleição
de 1985, quando Garibaldi a derrotou na sua primeira disputa eleitoral.
Em 2008, no meio do
segundo mandato de governadora, Wilma enfrentou uma de suas maiores batalhas.
Acusado de envolvimento
num esquema de desvio de dinheiro da Secretaria de Saúde, o filho Lauro, que
vislumbrava uma carreira política, foi preso.
Golpe fatal para o
começo de uma virada na história política da Guerreira destemida Wilma Maria de
Faria, que em 2010, depois de renunciar ao Governo, passando o cargo ao vice
Iberê Ferreira de
Souza, disputou e perdeu a campanha para o Senado.
Em 2012 ela inverteu
papéis.
E virou vice-prefeita
de Carlos Eduardo Alves, que foi seu vice duas vezes e de quem herdou a
Prefeitura.
Em 2013 perdeu a mãe,
Dona Sally.
Sua eterna conselheira
a deixou aos 87 anos.
Em 2014, na dúvida
entre disputar o Governo, a Câmara e o Senado, apostou errado e mais uma vez
perdeu a eleição, ao concorrer à única vaga de senador.
Perdeu para a senadora
Fátima Bezerra.
Aí veio o câncer…
E a luta da Guerreira
passou a ser mais difícil.
Restava a ela uma
eleição municipal.
Para fechar a
trajetória com chave de ouro, tinha que disputar um mandato de vereadora.
Era a chance de voltar
a se sentir vitoriosa.
No meio da campanha,
viagens a São Paulo e até uma cirurgia.
Pouco tempo e pouca
disposição para andar de casa em casa abraçando o povo como gostava de fazer.
Se elegeu, mas sem a
quantidade de votos esperada.
Mas se elegeu.
Tomou posse, elegeu
presidente da Casa, assumiu cadeira na Mesa Diretora como
segunda-vice-presidente, e conquistou espaço nas comissões temáticas.
Estava terminada a
batalha.
Estava encerrada a
vida.
Wilma de Faria deixa
escrita a história mais bonita de uma mulher que um dia sonhou, e conseguiu,
trabalhar pelo povo de sua cidade e de seu estado.
Da Thaisa Galvão
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