Oficialmente o PT diz
que a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é “irreversível” e
“irrevogável”. A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que,
mesmo que o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) ratifique a
condenação do juiz Sergio Moro a nove anos e seis meses meses de prisão, Lula
pode recorrer às instâncias superiores. O petista foi considerado culpado de
receber propinas da empreiteira OAS e de lavar dinheiro através de um
apartamento tríplex no Guarujá, litoral de São Paulo.
Na realidade dos
bastidores, no entanto, a percepção de que a Justiça dificilmente permitirá que
Lula concorra pela sexta vez à Presidência é cada vez maior. Algumas semanas
atrás, um colaborador próximo do ex-presidente chegou a sugerir que, diante da
indefinição do cenário, Lula dedique o restante de 2017 para elaborar um bom
programa de governo e deixe para o ano que vem a definição sobre o candidato.
O “conselheiro”
ponderou outros fatores além do cerco fechado pela Lava Jato, como as
incertezas sobre a reforma política e a judicialização da campanha. Mas,
segundo pessoas próximas, a reação de Lula foi “extremamente negativa”. O
ex-presidente tem aproveitado todas as suas últimas aparições públicas, como o
discurso em Curitiba após o último depoimento a Moro e o lançamento da
plataforma O Brasil Que o Povo Quer, para que filiados opinem sobre o programa
de governo, para ressaltar sua intenção de concorrer ao Planalto.
Na semana passada, em
conversa com deputados estaduais do PT, o advogado Pedro Serrano, referência
jurídica da esquerda, disse que, embora considere Lula inocente, acredita que o
Judiciário sofre forte influência política e, portanto, a probabilidade maior é
de que a condenação seja mantida. Ele também lembrou, no entanto, a
possibilidade de recursos.
Da Veja On-Line
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