O ministro da Economia,
Paulo Guedes, afirmou nesta segunda feira, 23, que não há previsão para nova
extensão do auxílio emergencial para além do dia 31 de dezembro deste ano, e
que o governo federal estudava a criação de um projeto de renda para substituir
o Bolsa Família desde antes da pandemia do novo coronavírus.
A ideia, que
inicialmente ficou conhecida como Renda Brasil, mas depois foi alterada para
Renda Cidadã, acabou engavetada diante da falta de entendimento para o seu
financiamento. “Fizemos reuniões antes da Covid-19, antes do auxílio
emergencial já tínhamos essa ideia. Quando veio a pandemia, usamos um recurso
de natureza diferente, que é o auxílio emergencial. Não da mesma família, foi
lançado para os invisíveis, justamente para quem tinha emprego informal”,
afirmou o ministro. De acordo com Guedes, o orçamento do Ministério da Economia
para o próximo ano não conta com a continuidade do projeto. “Do ponto de vista
do governo, não existe prorrogação do auxílio”, afirmou durante um evento
promovido pela Empiricus e Vitreo.
Segundo Guedes, caso o
benefício fosse de R$ 200, como inicialmente previsto pela equipe econômica, o
valor poderia ser distribuído por até um ano. Porém, com as mudanças impostas
pelo Congresso, que elevou o valor para R$ 500, e depois de o presidente Jair
Bolsonaro (sem partido) subir para R$ 600, houve maior peso sobre os cofres do
governo.
Os beneficiários do
Bolsa Família não estavam incluídos na primeira versão do projeto. “O auxílio
emergencial é da família das medidas desenhadas para amparar o pessoal da
economia informal, e acabamos juntando as duas bases. A proposta inicial era de
R$ 200 para os 40 milhões de invisíveis, já que o pessoal do Bolsa Família já
tinha proteção”.
O ministro da Economia
voltou a afirmar que o Brasil não enfrenta uma segunda onda de infecções pelo
novo coronavírus e classificou a pandemia como “tragédia de dimensões imensas”,
mas que todos os indicativos apontam para o enfraquecimento da doença no país.
Segundo o chefe da equipe econômica, caso haja necessidade, o governo federal
saberá como confrontar o repique da Covid-19.
“Nós estamos prontos
para reagir a qualquer evidência empírica. Se o Brasil tiver de novo mil mortes
[por dia], se tiver uma segunda onda, nós já sabemos como reagir, sabemos os
programas que funcionam melhor, quais que não funcionam. […] Não adianta criar
fatos que não existem. Hoje o que temos é uma economia voltando“, afirmou.
Jovem Pan
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