Uma funcionária do
hospital afirmou à CNN que os respiradores estavam atrás de uma ‘parede falsa’
no auditório do prédio e que foi preciso quebrar a parede para terem acesso aos
equipamentos. Ela preferiu manter a sua identidade preservada.
“Todo o patrimônio do
hospital é contabilizado e esses 19 aparelhos eram registrados, mas estavam
desaparecidos. E o setor financeiro da Secretaria Estadual de Saúde estava à
procura deles. Porque foi uma compra e eles sabiam. Algumas pessoas muito
restritas ficaram sabendo, mas a história foi abafada”, disse.
A instituição, que fica
no distrito de Icoaraci, é referência no combate à Covid-19 e atendia
exclusivamente pacientes com a doença até o dia 15. O governo do Pará confirmou
à CNN a informação sobre os ventiladores e afirmou que uma comissão interna
está apurando as razões dos aparelhos não terem sido utilizados até aquele
momento.
A Secretaria de Estado
de Saúde Pública do Pará nega a informação de uma possível “parede falsa”.
Segundo a secretaria, os respiradores foram imediatamente colocados em uso após
a realização de uma análise técnica. De acordo com a pasta, o atendimento de
pacientes não foi prejudicado. O estado do Pará registra ocupação de 81,3% de
leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e 60,1% de ocupação de leitos de
enfermaria no sistema público.
O governo do Pará não
informou o valor pago por equipamento e nem a data de aquisição. Procurada, a
Santa Casa de Pacaembu ainda não se pronunciou.
Suspeita de desvio
A juíza Marisa Belini
de Oliviera, da 3ª Vara da Fazenda de Belém, determinou que R$ 2,18 milhões em
dinheiro e imóveis de 11 réus fiquem indisponíveis.
A decisão, proferida no
último dia 12, foi tomada após denúncia do Ministério Público do Pará. O
governador do Pará, Hélder Barbalho (MDB), integrantes da Casa Civil e da
secretaria da Saúde são alvos da decisão.
A ação civil pública
investiga suspeita de desvios de dinheiro público no enfrentamento à pandemia
no estado. A magistrada, no entanto, indeferiu pedido de afastamento do governador
do cargo.
Sobre a decisão, o
governo do Pará disse que “a empresa devolveu todo o recurso aos cofres do
Estado – e ainda é processada por danos morais coletivos”. A defesa do
governador informou que recorreu ao Tribunal de Justiça.
CNN Brasil
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