A empolgação do presidente do PSB em São Paulo, Márcio França, com a filiação de Geraldo Alckmin ao partido e a possibilidade do ex-tucano vir a ser o vice de Lula não significa que o assunto está sacramentado. Lula e o PT ainda fazem os cálculos sobre ter Alckmin como candidato a vice na chapa do ex-presidente em 2022.
Para tomar a decisão, o
PT encomendou pesquisas para avaliar o potencial de votos que Alckmin tem para
atrair. Os caciques da legenda e Lula querem usar esses dados para fazer as
contas e avaliar se a compra de desgaste com parte da esquerda devido a essa
aliança compensa para partido. Alckmin se desfiliou nesta quarta-feira do PSDB.
Boa parte dos petistas
avaliam que seria um gesto importante unir Alckmin, que atuou por mais de 30
anos no PSDB, com seu principal opositor, o PT, para derrotar Bolsonaro nas
urnas. Há, porém, dúvidas sobre as chances de o eleitorado de Alckmin,
conservador e, em parte, ligado ao agronegócio, acompanhar um movimento tão
arrojado.
Outra dúvida é se o
ex-tucano teria potencial de agregar votos fora de São Paulo, que é seu berço
político. Há muito questionamento interno no PT sobre o que existe de concreto
nesse debate com Alckmin.
Hoje Lula está deixando
a história seguir, mas a direção do PT ainda não se envolveu diretamente nesse
processo. A leitura entre seus aliados é que o ex-presidente quer passar um
recado com esse debate: está aberto ao diálogo.
No domingo, Lula e
Alckmin participarão de um jantar organizado pelo grupo de advogados
Prerrogativas. Será o primeiro encontro público dos dois desde que especulações
sobre uma aliança começaram.
O Globo
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