O ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga disse nesta quinta-feira (15) que está com medo do futuro governo do presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O economista declarou que não se arrepende de ter votado no petista no segundo turno das eleições deste ano, mas comentou que políticos que vão compor a gestão dele a partir de 2023 têm dado sinalizações de irresponsabilidade fiscal.
“Eu apoiei a
candidatura do presidente [eleito] Lula. Foi um apoio, no meu caso, sem
qualquer condicionalidade. Eu votei e não me arrependo, mas agora estou com
medo. Vários sinais já foram dados. Não dá para dizer que seja uma conclusão
definitiva do que vem por aí, mas os sinais incluem vários comentários
negativos sobre responsabilidade fiscal, que apontam para políticas de um
estilo mais intervencionista. O todo é bem preocupante”, disse Fraga em
entrevista ao Brazil Journal.
Ele criticou a PEC
(proposta de emenda à Constituição) do estouro, em análise no Congresso
Nacional, que expande o teto de gastos em quase R$ 200 bilhões para que o
futuro governo de Lula banque o Auxílio Brasil a R$ 600 e pague um acréscimo de
R$ 150 por criança de até 6 anos às famílias beneficiárias. Segundo o
ex-presidente do Banco Central, o Brasil está implantando um “megaproblema” do
ponto de vista macroeconômico.
“Estamos seguindo um
caminho macroeconômico extremamente perigoso. Essa PEC desse tamanho, do ponto
de vista macroeconômico, é um absurdo. Entendo as demandas, são todas
legítimas. Mas isso precisa ser resolvido de uma maneira tal que a economia se
sinta em paz para investir no futuro, para crescer. Se não tiver isso, não vai
dar certo”, afirmou.
R7
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