Ex-secretário Erismar Queiroz afirma que a prefeita Marianna Almeida autorizou pagamentos de notas fiscais em nome da empresa Whelington Moura da Silva ME, com valores fora da realidade, supostamente superfaturados. Ele apresentou a denúncia ao MPRN.
A menos de seis meses
para conclusão do seu mandato, a prefeita Marianna Almeida (PSD), de Pau dos
Ferros, está mergulhada em grave denúncia de suposto superfaturamento na
Secretaria de Infraestrutura e, provavelmente, será chamada pelo Ministério
Público e outros órgãos de controle para esclarecer os fatos que envolvem um
volume considerável de recursos públicos.
A denúncia partiu de
dentro do próprio governo municipal. Coube a Erismar Queiroz, então titular da
Secretaria Municipal de Infraestrutura, tornar público o que ele considera
suspeito: a emissão de valores “fora da realidade” por itens contratados pela gestão
municipal. Para provocar os órgãos de controle e pedir investigação, Erismar
Queiroz se desligou do cargo que ocupava.
O agora ex-secretário
conta que a prefeita Marianna autorizou pagamentos de notas fiscais em nome da
empresa Whelington Moura da Silva ME, com valores fora da realidade
(superfaturados). Ele, inclusive, quando estava na pasta, não assinou os
processos para pagamento por desconfiar de irregularidades e para se proteger
de possíveis problemas. “Sou da família Queiroz, honrada e respeitada em Pau
dos Ferros; jamais aceitaria participar de irregularidades”, afirmou em
entrevista ao ConexãoRN.
Erismar Queiroz revelou
que os pagamentos contemplavam a empresa Whelington Moura da Silva ME e foram
divididos em várias notas de valores menores para não chamar a atenção. A soma
total, porém, estava fora da realidade daquilo que a pasta da Infraestrutura
requisitou. De acordo com o ex-secretário, o montante analisado, e que ele tem
comprovado em memorando e notas fiscais, chega a R$ 158 mil.
O ex-secretário disse que
alertou à prefeita sobre o que estava ocorrendo, achando que Marianna adotaria
providências, mas a chefe do Executivo pouco se importou. “Tentei explicar,
disse a ela que não dava certo pra mim, pois aquilo era coisa séria”, disse, ao
revelar: “Eu comecei a observar coisas que não vinham combinando com o que era
pedido em memorando, pois se comprava X e sempre vinham com um valor maior.”
Marianna, além de não
ouvir o alerta, decidiu pressionar Erismar Queiroz a assinar a autorização de
pagamento. Ele comprova o que está denunciando em conversa por WhatsApp com a
prefeita, que gravou. Marianna diz:
“Erismar, escute: eu tô
indo pra São Paulo hoje, tem a questão do lançamento do livro lá... E eu tô
indo hoje, e Maíra me disse que tem uns processos enganchados aí com você pra
assinatura para pagamento. Assine isso aí, viu? Mande de volta lá pra ela. Como
eu vou pra São Paulo, vou passar a semana fora e não vou ter como assinar
outras coisas.”
Do Jornal de Fato
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