O Governo do RN não tem dinheiro para cumprir todas as decisões judiciais que determinam o pagamento do 13º ainda em dezembro. O governo publicou um calendário de pagamento que seria finalizado em janeiro. Diversos sindicatos que representam categorias do funcionalismo entraram na Justiça e conseguiram o direito de receber até o fim do mês. Segundo o secretário de Administração, Pedro Lopes, não há recursos para fazer o pagamento. Lopes disse, em entrevista à 98 FM, que pagará o décimo terceiro da educação até o dia 30. Para as demais categorias, o calendário está mantido, mesmo com as decisões judiciais. Pedro Lopes disse ainda que a Procuradoria do Estado vai recorrer.
De acordo com Lopes, o
Governo do Estado recorreu da decisão alegando não ter recursos disponíveis
para efetuar o pagamento ainda em dezembro. Segundo o secretário, os valores em
caixa já estão comprometidos para pagar a folha de dezembro, entre outros compromissos
com fornecedores, repasse a poderes e entre outros. “Os recursos em caixa em
30/12 estão comprometidos para pagar a folha de dezembro, entre outros
compromissos com fornecedores, repasse a poderes, etc”, afirmou.
Ainda em dezembro, a
Justiça acatou os pedidos dos sindicatos da Educação (Sinte/RN), Polícia Civil
(Sinpol/RN) e Saúde (Sindsaúde/RN). Nas decisões, houve a determinação de que
todos os servidores sejam pagos integralmente até o fim de dezembro. O coordenador
do Sinte, Bruno Vital, afirmou que, em vez de recorrer, o governo deveria
buscar cumprir a decisão judicial. No contexto dos profissionais da Educação, a
decisão judicial garantia que o pagamento deverá ser concluído tanto para quem
já recebeu o adiantamento de 40% no mês de julho, como também para quem não
recebeu nenhum valor.
Na área da Saúde, Rosália
Fernandes, coordenadora do Sindsaúde, afirmou que o governo errou ao
estabelecer um limite bruto de R$ 4.200 e que isso prejudicou a maioria dos
servidores. Segundo Fernandes, apenas 37% dos servidores do Estado receberam o
13º salário. “Dos servidores públicos estaduais, apenas cerca de 37% receberam
o 13º salário, devido a esse limite arbitrário. Isso é inaceitável. O governo,
que se diz de origem popular, está tomando medidas que prejudicam diretamente
os trabalhadores”, afirmou a coordenadora.
Fernandes também criticou
a decisão do governo estadual de unificar gratificações e adicionais no
contracheque de dezembro. A medida, que incluiu itens como plantões extras,
insalubridade e adicionais noturnos, fez com que muitos profissionais
ultrapassassem o limite bruto de R$ 4.200, estipulado como critério para o
pagamento do 13º salário. De acordo com a coordenadora, essa mudança penalizou
especialmente servidores mais antigos, que ficaram de fora por diferenças
mínimas, como 100 ou 200 reais.
“O governo, ao unificar
itens como gratificações, adicionais noturnos, plantões extras e produtividade
no contracheque de dezembro, fez com que o salário bruto de muitos servidores
ultrapassasse o limite de R$ 4.200. Temos servidores antigos que, por 100 ou
200 reais a mais, ficaram de fora do pagamento. Não temos altos salários; o que
ocorre são esses ‘penduricalhos’ (plantões, gratificações, insalubridade, etc)
que agora foram reunidos e resultaram na exclusão de boa parte da categoria.”,
afirmou Rosália Fernandes.
No caso do pedido do
sindicato da Administração Direta (Sinsp/RN), a desembargadora Maria de Lourdes
Azevêdo acolheu um mandado de segurança coletivo feito pela categoria. O
mandado de segurança é uma ação judicial que busca proteger direitos líquidos e
certos, quando estes foram feridos por autoridades públicas. É uma forma da
justiça atender com mais urgência aquele direito que está sendo violado ou que
está perto de ser violado
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