O longo processo de demissão da agora ex-ministra da Saúde Nísia Trindade revelou ao país um programa que está em praticamente todo o país, mas que não virou vitrine do governo Lula 3: o “Mais Acesso a Especialistas”.
Oficialmente chamado de
“Programa Nacional de Expansão e Qualificação da Atenção Ambulatorial
Especializada”, o projeto entrou em vigor por meio de uma portaria de abril de
2024 com uma ideia simples: desburocratizar e facilitar o acesso do paciente a
consultas e exames especializados.
Com isso, o efeito
buscado é diminuir a filas e garantir consultas mais céleres a população.
Dez meses depois, o
programa é um sucesso de adesão pelos municípios, mas um fracasso de
popularidade.
Segundo o mais recente
relatório oficial do programa, 5.558 cidades aderiram ao programa, ou 99% do
país — além de investimentos previstos na ordem de R$ 2,4 bilhões. Os
governistas, porém, o acusam: ninguém o conhece.
Com isso, o programa foi
pego como símbolo pelo novo ministro da Secretaria de Comunicação Social da
Presidência (Secom), Sidônio Palmeira, de anti-exemplo de comunicação.
A aliados, questionou
como um programa desse porte é desconhecido da população.
O “Mais Acesso a
Especialistas”, porém, não foi o único responsável pela queda de Nísia.
Para além de não saber
vender potenciais vitrines em um governo em busca de vitrine, sua gestão
colaborou para que potenciais vitrines também virassem um peso para o governo.
Caso da expansão da
dengue no país e da falta de alguns imunizantes na rede pública, acusado por
quase metade dos estados.
Nos últimos dias, ela
buscou aliados de Lula para entender se as informações sobre sua queda eram ou
não verdadeiras. Não teve nem a negativa, tampouco a confirmação.
Ao contrário, o
presidente evitou deixar nítida sua decisão, expondo Nísia a uma fritura
política que a incomodou a ponto de ela ainda não sinalizar que topará o cargo
internacional de consolação que o Planalto avalia lhe oferecer.
CNN
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