Em seus discursos na Câmara neste mandato, Gleisi Hoffmann (PT) priorizou críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ao ex-chefe do Banco Central Roberto Campos Neto e à condução da política monetária do país.
Em 16 dos 26
pronunciamentos que fez no plenário desde 2023, a petista relembrou ou
desdenhou da administração anterior em algum momento. Em 6 dessas falas, tratou
também de economia, sendo em 3 casos demonstrando discordâncias quanto ao
patamar dos juros no Brasil, atualmente em 13,25% ao ano.
Gleisi tem uma linha mais
heterodoxa na economia, a favor de uma intervenção estatal maior para induzir o
crescimento.
Essa visão já foi
demonstrada por ela em discursos oficiais, como em uma fala de 18 de dezembro
de 2024 em que minimizou o deficit primário do país, que foi de R$ 11 bilhões
no fechamento do ano, ou 0,09% do PIB (Produto Interno Bruto), excluindo as
despesas com a reconstrução do Rio Grande do Sul.
Discursos com críticas e
indiretas a Bolsonaro, aliados do ex-presidente e à oposição ao governo do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foram feitos por Gleisi em 2023, 2024
e até 2025 – cujo único pronunciamento da deputada no plenário no ano teve esse
intuito.
“Bolsonaro e essa turma
sempre gostaram de golpes, de ditadura, de violência”, disse a petista em 26 de
novembro de 2024, referindo-se a um plano que a Polícia Federal diz ter sido
feito por militares para matar Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o
ministro do STF Alexandre de Moraes.
Gleisi, de 59 anos, foi
indicada por Lula em 28 de fevereiro para ser ministra da Secretaria de
Relações Institucionais. Tomará posse nesta 2ª feira (10.mar.2025).
No novo cargo, a petista
será responsável pela articulação política do governo e terá de conversar
também com partidos de centro e da oposição para assegurar a aprovação de
pautas caras à administração federal.
Em 5 de novembro de 2024,
Gleisi declarou que seria “inexistente” a crise fiscal levantada por
economistas e pela mídia e criticou as medidas articuladas pela equipe
econômica para revisar gastos com benefícios sociais e trabalhistas. Essas
declarações contrastaram com os esforços do ministro da Fazenda, Fernando
Haddad, para equilibrar as contas públicas.








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