O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (13) e pediu que a ação penal contra o deputado Delegado Ramagem (PL-RJ) seja completamente suspensa.
Hugo pede que a Suprema
Corte siga a decisão tomada pela Câmara dos Deputados no início de maio. No
plenário, os deputados decidiram pela suspensão integral do processo sobre os
cinco crimes pelos quais Ramagem é acusado no inquérito que apura tentativa de
golpe de Estado.
No entanto, após a
aprovação da resolução na Câmara, o STF decidiu que apenas dois dos cinco
crimes terão o andamento suspenso, contrariando a decisão dos deputados.
“Por meio de uma Arguição
de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), a ser julgada pelo plenário
do STF, esperamos que os votos dos 315 deputados sejam respeitados. A harmonia
entre Poderes só ocorre quando todos usam o mesmo diapasão e estão na mesma
sintonia”, escreveu o presidente da Casa em publicação no X.
Pela entendimento do STF,
dos cinco crimes pelos quais Ramagem é investigado, apenas dois poderão ter o
andamento suspenso, pois teriam ocorrido após a diplomação do acusado como
deputado federal.
“Violação da imunidade
parlamentar”
O documento enviado pela
advocacia da Câmara dos Deputados ao STF afirma que o entendimento da Corte
“representa violação direta e frontal aos preceitos fundamentais da separação
de Poderes e da imunidade parlamentar formal”.
“Ao restringir, de forma
absoluta e desproporcional, o alcance da prerrogativa conferida
constitucionalmente ao Parlamento, a decisão esvazia o papel do Poder
Legislativo na contenção de eventuais abusos no exercício da persecução penal
contra seus membros”, consta no documento.
A advocacia da Câmara
também afirma que a finalidade da prerrogativa de suspender a ação penal não é
“imunizar o parlamentar de responsabilidade, mas evitar que processos com viés
persecutório ou motivação política comprometam a independência do mandato e o
regular funcionamento da Casa Legislativa”.
CNN
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