Com as mudanças nos repasses para as instituições de ensino superior, decretadas pelo governo federal (Decreto nº 12.448/2025), a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) informou que não terá como realizar a sua execução orçamentária nos próximos meses. Isso significa que pode não conseguir pagar tudo o que precisa, podendo comprometer serviços como bolsas e auxílios estudantis, contratos de terceirização e energia elétrica.
O decreto prevê que os
repasses mensais serão fracionados em 18 partes. Até novembro, somente 11 serão
pagas, aproximadamente 61% do previsto para o ano. O restante foi prometido
para dezembro. O Executivo também ordenou que a liberação dos recursos será
feita somente em três etapas: em maio, de junho a novembro, e em dezembro. A
mesma fórmula já havia sido utilizada em 2024.
“A Universidade Federal
do Rio Grande do Norte (UFRN), assim como as demais Instituições Federais de
Ensino Superior (Ifes), não tem como realizar a execução orçamentária nos
próximos meses com a liberação de 1/18 (um dezoito avos), conforme previsto no Decreto
Federal 12.448, de 30 de abril de 2025. Isso porque os principais compromissos
de custeio das universidades são mensais, como bolsas e auxílios estudantis,
contratos de terceirização e energia elétrica”, divulgou a UFRN em nota.
De maio a novembro, as
universidades só poderão gastar pouco mais de 60% por mês do que o previsto no
começo do ano. Por todo o país, algumas universidades restringiram o transporte
interno dos alunos, cortaram combustível de seus carros e definiram uma ordem
de prioridade de pagamento a partir da conta que estiver mais atrasada.
No caso da UFRN, a
situação se torna mais delicada porque a instituição diz que “realizou em anos
anteriores vários ajustes severos nos seus principais contratos e conseguiu
entrar 2025 sem dívidas. No momento não há mais como fazer ajustes de contrato
sem trazer prejuízos acadêmicos significativos.”
Além disso, aponta que o
orçamento da assistência estudantil é subdimensionado, mesmo tomando as devidas
precauções. Ocorre que, como o recurso que vem não é suficiente, a instituição
tem que complementar. Além disso, há uma grande demanda por recursos para a
manutenção dos seus campi. “Há vários anos, a UFRN não consegue fazer por
completo a manutenção predial, nem o mínimo dos investimentos necessários para
setores fundamentais, como renovação de equipamentos de TI e investimentos na
política de acessibilidade da instituição”, explica, referindo-se aos
sucessivos contingenciamentos no orçamento que ocorrem desde a gestão anterior
do governo federal.
“A instituição espera que
se encontre no âmbito do Governo Federal um mecanismo de, pelo menos, a
imediata liberação de 1/12 (um doze avos) do orçamento”, diz em nota. Além
disso, destaca que é fundamental que haja a reposição do corte orçamentário
feito pelo Congresso Nacional e, em seguida, uma suplementação orçamentária
para que as universidades possam ter orçamento suficiente para assegurar seus
compromissos. “Portanto, a UFRN continuará com seu planejamento orçamentário,
esperando essas medidas de reposição e posteriores suplementações para que
possa finalizar o ano sem realizar cortes adicionais”.
Tribuna do Norte
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