Sem ter conseguido emplacar projetos capazes de concorrer com a visibilidade de seguidas crises ao longo do ano, integrantes do governo Lula (PT) falam novamente em ampliar a exposição do presidente, em mais um esforço de comunicação para recuperar a popularidade do petista.
O plano é aumentar a
participação de Lula em eventos e entrevistas, com o objetivo de expandir o
alcance das ações do governo.
Essa estratégia já tinha
sido desenhada no começo do ano, com a chegada de Sidônio Palmeira na chefia da
Secom (Secretaria de Comunicação Social) da Presidência e diante de outros
episódios de crise no Executivo, mas não foi levada adiante.
Naquele momento, com
desgastes por causa das notícias falsas que viralizaram sobre o Pix e a alta do
preços dos alimentos, a Secom reforçou o desejo de explorar a imagem do
petista.
Sidônio apresentou um
plano para potencializar a comunicação do governo e reverter a queda de
popularidade do presidente em 90 dias. À época, quando questionado sobre
pesquisas que registravam baixa aprovação do governo, o ministro sugeria que o
procurassem após três meses. Passados cinco meses, o presidente enfrenta alta
rejeição, com as taxas de avaliação no pior patamar do mandato, segundo
pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta semana.
Uma pesquisa encomendada
pelo Palácio do Planalto apontou que a grande maioria dos entrevistados
gostaria de ouvir mais o presidente. Na interpretação de assessores, o
resultado sugere que as mensagens do governo não têm chegado ao público e que
haveria espaço para uma ofensiva concentrada na figura de Lula.
Nesse sentido,
entrevistas coletivas com o petista, como a que ocorreu na última terça-feira
(3), devem ser mais frequentes, segundo dois auxiliares do presidente.
O governo já havia
ensaiado outras apostas nesse mesmo sentido.
Em janeiro, Lula convocou
uma entrevista na esteira de episódios que tinham gerado degastes à imagem do
Executivo. Naquele momento, a Secom havia manifestado a intenção de fazer esse
tipo de encontro com maior frequência, o que não ocorreu.
A entrevista da última
terça foi acompanhada por Sidônio, que fazia sinalizações a Lula enquanto
seguia um roteiro em documento que levava às mãos. Após as declarações do
presidente, auxiliares apontaram que pretendem retomar aquele plano.
A equipe de Lula também
fala em ampliar a vinculação da imagem do presidente ao lançamento e à
divulgação de programas do governo. Há uma aposta de integrantes do Executivo
em medidas sociais com apelo para recuperar a popularidade do petista.
Auxiliares falam em
organizar a divulgação de novos programas a cada mês, pelo menos. Um dos
objetivos é evitar que um programa ofusque outro.
Folha de S.Paulo
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