O Executivo apresenta nesta sexta-feira (29) ao Congresso o PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual) de 2026, considerado o mais importante do atual governo. A peça será o fio condutor das contas públicas em pleno ano eleitoral, quando a pressão por gastos se intensifica e a credibilidade fiscal fica em cheque.
Mais que uma formalidade
constitucional, a proposta se transforma em um termômetro político. O texto vai
expor como o governo pretende equilibrar a promessa de superávit com as
pressões por mais investimentos e emendas parlamentares, em meio a discussões
sobre equilíbrio fiscal e cortes de benefícios.
O texto deve detalhar a
meta fiscal, projeções macroeconômicas e prioridades de despesa do próximo ano,
como os valores do salário mínimo, do Bolsa Família e espaço para as políticas
carro-chefe para o próximo ano.
O texto é elaborado a
partir das diretrizes já definidas no PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes
Orçamentárias), entregue em março, e servirá de base para o debate orçamentário
até a votação final, prevista para dezembro.
A proposta vai projetar
um resultado primário de superávit, em 0,25% do PIB para o próximo ano,
conforme fixado no PLDO, além de apresentar receitas suficientes para cumprir a
regra. No entanto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que não há previsão
de o texto trazer medidas adicionais de receita.
A apresentação precisa
considerar a meta cheia, sem apoio na banda inferior permitida pelo arcabouço
fiscal, em 0,25% do PIB de superávit ou de déficit, equivalente a cerca de R$
34 bilhões.
Também entram em jogo as
despesas com precatórios, que podem ser retiradas do cálculo para a checagem da
meta, abrindo espaço no resultado oficial — já que a regra estabelecida pelo
STF (Supremo Tribunal Federal) vale até 2027.
Para fechar as contas, a
equipe econômica deve apostar em medidas em tramitação, como corte de
benefícios tributários, mudanças na tributação de investimentos e antecipações
ligadas ao petróleo.
Os últimos
acontecimentos, como o tarifaço de Donald Trump às exportações brasileiras, e
uma megaoperação que identificou lavagem de bilhões de reais ligados ao PCC, e
a posição do governo frente a isso, deram mais fôlego político ao presidente
Lula para o pleito de 2026.
A expectativa é de que o
texto seja enviado à tarde, com possível coletiva técnica para explicar os
números à imprensa — que pode ficar para a segunda-feira (1º), como já
aconteceu em outros casos.
CNN








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