O principal relatório da
ONU sobre o clima, que deveria indicar o quanto o planeta está perto de atingir
o limite de 1,5°C de aquecimento global, chegou inconclusivo às vésperas da
COP30, marcada para começar em Belém. Isso ocorreu porque 134 dos 198 países
membros da Convenção do Clima (UNFCCC) não entregaram suas metas de redução de
emissões dentro do prazo, incluindo grandes poluidores como China, Índia e
União Europeia.
Sem esses dados, o
documento não pôde calcular para qual temperatura o mundo caminha,
comprometendo a base científica das negociações. A análise considerou apenas as
metas de 64 países — responsáveis por menos de um terço das emissões globais —
e apontou que, mesmo nesse grupo, as reduções previstas até 2035 seriam de
apenas 17%, muito abaixo dos 60% necessários para conter o aquecimento, segundo
o IPCC.
O secretário-executivo da
UNFCCC, Simon Stiell, afirmou que, apesar das lacunas, o mundo “virou a curva
das emissões”, que começaram a cair pela primeira vez. Ele ressaltou, porém,
que “acelerar o ritmo” das ações será essencial na COP30. Já o secretário-geral
da ONU, António Guterres, foi mais pessimista e declarou que ultrapassar o
limite de 1,5°C “é agora inevitável”.
A ausência dos maiores
emissores deixou o relatório enfraquecido e gerou preocupação entre diplomatas,
que temem um impacto negativo nas negociações de Belém. A ONU espera que mais
países apresentem suas metas até o início da conferência, permitindo uma atualização
do documento, embora admita que não há garantia de que isso acontecerá a tempo.
Com informações da Folha
de S.Paulo








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