Os Correios aguardam autorização do Ministério da Fazenda para contratar o empréstimo de R$ 20 bilhões aprovado pelo conselho de administração da estatal. A operação envolverá bancos públicos e privados e só poderá avançar após análise do Tesouro Nacional — que será o garantidor — e da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.
À CNN Brasil, o
Ministério da Fazenda afirmou neste sábado 29 que “oficialmente não há
operações dos Correios em análise”. Integrantes da alta cúpula da empresa
afirmaram à CNN que o pool de instituições financeiras deverá ser formado por
Citibank, Banco do Brasil, BTG Pactual, ABC Brasil e Safra.
O empréstimo será
dividido em duas ou mais parcelas com liberação escalonada. A proposta busca
evitar que o valor fique parado em caixa, gerando juros, já que parte dos
recursos será aplicada apenas em 2026. O pagamento deve ser concluído em até 15
anos e terá carência de pelo menos dois anos. Os Correios projetam voltar a
gerar lucro somente a partir de 2027, quando esperam ter consolidado o plano de
reestruturação.
As demonstrações do
terceiro trimestre, aprovadas na sexta-feira (28), mostram prejuízo acumulado
de R$ 6 bilhões até setembro, quase três vezes mais que o registrado no mesmo
período de 2024, quando o déficit foi de R$ 2,1 bilhões. Relatos feitos à CNN Brasil
apontam redução de receitas, aumento de despesas operacionais e novas
obrigações judiciais e trabalhistas.
O plano de reestruturação
foi anunciado em 15 de outubro e prevê demissões voluntárias e venda de
imóveis. A expectativa é que o empréstimo permita sustentação financeira da
estatal em 2025 e 2026. No último dia 21, a empresa aprovou o fechamento de até
mil unidades deficitárias, remodelagem dos planos de saúde dos funcionários
remanescentes e venda de imóveis. Não há número oficial de desligamentos, mas
fontes estimam cerca de 10 mil funcionários.
O fechamento de agências
será acompanhado pela expansão do portfólio voltado ao e-commerce. A venda de
imóveis deve gerar até R$ 1,5 bilhão. A reestruturação será aplicada em três
fases: recuperação financeira, consolidação e crescimento. Os serviços postais
universais serão mantidos como “um compromisso estratégico e social
inegociável”.
Os serviços postais
custaram R$ 5,4 bilhões no primeiro semestre de 2025, com déficit líquido de R$
4,5 bilhões.








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