Apresentados em
conversas reservadas como os escolhidos para compor o governo no segundo
mandato, os futuros ministros da Agricultura, Kátia Abreu, e da Fazenda,
Joaquim Levy, aproximam uns e afastam outros. Desde a última sexta-feira,
quando o Planalto decidiu vazar os nomes como fechados pela presidente Dilma
Rousseff, os mercados se acalmaram, o agronegócio, idem. Mas, se o nome de Levy
foi visto com certa dose de decepção pelos economistas do PT, o de Kátia Abreu
fez estrilar o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). Para completar, na
seara política o nome de Kátia desagradou, em especial, a bancada do PMDB, que
planejava manter a Agricultura sob seu comando.
O MST foi além das
simples reclamações. No último sábado, o Movimento ocupou uma fazenda de milho
no Rio Grande do Sul como forma de protesto contra a senadora, e ainda divulgou
um texto “Bem-vinda Kátia Abreu”, anunciando novas invasões. Essas reações
terminaram ampliadas porque a presidente adiou o anúncio oficial, passando a
muitos a ideia de que só aumentou, ao longo dos últimos anos, aquilo que os
aliados esperam ser uma página virada: a dificuldade de a presidente Dilma
Rousseff em tomar decisões sem infinitas idas e vindas nas negociações.
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