Aos poucos, sem alarde,
o Banco do Brasil está sendo preparado para a privatização. Mas, no que
depender do governo, o BB cairá no colo de uma instituição estrangeira,
aninciou nesta quarta-feira, o colunista Vicente Nunes, do jornal Correio
Braziliense.
Não é segredo para
ninguém que, mesmo com as negativas do presidente Jair Bolsonaro — ele sempre
diz que o BB é intocável —, os planos de privatização do BB seguem a passos
largos.
A estrutura da maior
instituição financeira pública vem sendo enxugada para, quando chegar a hora, a
venda ocorra mesmo sob protestos.
O presidente do Banco
do Brasil, Rubem Novaes, é o personagem perfeito para levar o plano de
privatização adiante. Discreto, não faz nenhuma propaganda do que está fazendo.
Novaes vendeu a participação
que o Banco do Brasil tinha na resseguradora IRB Brasil e na Neoenergia.
Anunciou acordo para privatizar o BB Banco de Investimentos. Avisou que venderá
a BB DTVM e o BB Américas.
Mais: fechou a BB Tur e
criou dificuldade para repassar recursos à Cassi, operadora do plano de saúde
dos empregados do Banco Brasil. Sem esse repasse, a Cassi pode entrar em
colapso. Nesse caso, ainda pode mudar de posição.
Bradesco
De início, quem
acompanha o dia a dia das ações do presidente do BB acreditava que o futuro do
banco seria a absorção de suas atividades pelo Bradesco. As duas instituições
sempre tiveram afinidades. São sócias em várias empresas, como a Cielo, das
maquininhas de cartões, e a Elo, bandeira de cartões.
Agora, porém, está
claro para todos no BB que, quando a privatização do banco chegar, a
preferência será por um comprador estrangeiro. A alegação é a necessidade de
aumentar a concorrência bancária no país.
O governo não admite,
em hipótese alguma, que nenhum dos bancões brasileiros fique com o BB. A crença
é de que a concentração atual do mercado pune consumidores e empresas.
De qualquer forma, nada
no Banco do Brasil será feito de forma atabalhoada, para não melindrar o
presidente da República.
A determinação de
Novaes é fazer o dever de casa para que, no momento certo, o BB esteja pronto
para ter seu controle transferido à iniciativa privada.
Correio Braziliense
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