Tanto o ex-presidente
Lula, quanto o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), vislumbram nos
militares uma estratégia de governo. Lula deverá tentar diálogo com as Forças
Armadas para entender posicionamentos em temas econômicos e políticos,
incluindo a postura com relação ao próprio PT. Já Doria tentará se aproximar
dos generais como estratégia para 2022 em meio ao aumento de desconfiança com
relação ao presidente Jair Bolsonaro.
O ex-presidente busca
entender certa aversão da cúpula militar com o seu partido. Na época em que o
STF votava o habeas corpus de Lula, em 2018, o então comandante do Exército,
general Eduardo Villas Bôas, chegou a escrever uma mensagem no Twitter condenando
a “impunidade”, dizendo que os militares estavam atentos “às suas missões
institucionais”.
A aproximação de João
Doria com as Forças Armadas busca preencher uma lacuna que Bolsonaro,
principalmente ao protagonizar demissões de generais de cargos de destaque do
governo federal. Doria ainda visualiza nos militares uma parceria para a sua
disputa nas eleições de 2022, já que ele tem apostado na redução dos índices de
criminalidade em São Paulo como vitrine eleitoral.
O plano defendido por
aliados do tucano é o de atrair para a gestão estadual nomes de militares “de
peso”, entre eles egressos da administração bolsonarista, e o de filiar
sargentos e generais ao PSDB. Dessa forma, construindo uma política de
segurança pública que rivalize com o discurso de Bolsonaro.
Com informações de
Mônica Bergamo e Gustavo Uribe, da Folha de S.Paulo.
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