Três ex-presidentes da
República discutiram nesta segunda-feira (4) os rumos políticos do país em uma
videoconferência organizada pelo site “Conjur”. Em comum, Fernando Henrique
Cardoso, Fernando Collor de Melo e Michel Temer disseram considerar que o
ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, extrapolou as
atribuições do Judiciário ao barrar a nomeação de Alexandre Ramagem para o
cargo de diretor-geral do Polícia Federal.
“Acho que o presidente atual ao partir para a agressão, abre espaço para
que outros poderes queiram cumprir funções que são próprias do Executivo”,
disse FHC. “O STF exagerou, mas não se pode dar a desculpa de que não consegue
governar porque está sendo bloqueado, que é a retórica que está sendo utilizada
por Bolsonaro no momento”, acrescentou.
Já Temer admite ter
ligado para Bolsonaro para o que chamou de “palpite”, e relatou as duas
proposições que fez ao atual presidente. “Pedi licença e dei dois conselhos:
um, que ele deveria decretar um isolamento social de 10, 12 dias no país,
dizendo que iria fazer uma revisão no final do período. O outro palpite foi que
não fale mais todo dia com a imprensa, o que ele faz toda a manhã e pauta o
país, gerando conflitos o dia todo. É preciso ter um porta-voz, o presidente
deve falar apenas uma ou duas vezes na semana”, acrescentou.
Segundo Temer,
Bolsonaro recebeu bem a conversa, mas “depois pode-se ver que ele conduziu a
questão de outra maneira”.
Já para Collor, o
próprio Bolsonaro é quem pode arrefecer os conflitos no Brasil ao mudar sua
postura. “Minha preocupação é grande, há
uma crise constitucional em gestação, e tudo depende de o presidente evitar
estes conflitos, estas palavras que criam desassossego. Quem pode trazer paz é
são as ações do presidente, que deveriam ser mais de acordo com o homem cordial
que é o brasileiro”, disse Collor.
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