Sem perspectiva de aumento de arrecadação, os gastos extras na casa de R$ 175 bilhões com a PEC da Transição devem causar aumento da dívida pública. O próximo governo aposta em uma melhora econômica para conseguir compensar a liberação do montante fora do Orçamento. Sem isso, o país pode assistir à inflação subir e à taxa Selic ser ajustada para cima em busca de controle, acarretando juros mais altos.
A reação negativa do
mercado à medida, que deve furar a regra do teto de gastos, foi sentida logo
após o último discurso do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A
apreensão se dá pela possibilidade de aumento da dívida pública. Com isso, o
movimento natural seria a cobrança de juros mais altos, fazendo com que o
Executivo precise destinar uma parte maior da arrecadação futura para honrar
com o pagamento de dívidas. “Assim, deixa-se menos para despesas
discricionárias. Esse impacto só será minimizado se o país crescer mais que os
2,5% estimados no PLOA (Proposta da Lei Orçamentária Anual), o que me parece
bastante improvável”, avalia Rafael Miranda, mestre em economia pela FGV.
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