O piso salarial nacional da enfermagem completa seis meses de suspensão neste sábado (4) e ainda não há uma estimativa de quando o Supremo Tribunal Federal (STF) vai autorizar a retomada da medida. O principal impasse para a liberação do piso é a indicação por parte do governo federal de onde sairão os recursos para bancar os salários.
Enquanto nada é
resolvido, os profissionais contemplados pelo piso prometem fazer uma
paralisação de até 24 horas na próxima sexta-feira (10) em todos os estados do
país para pressionar as autoridades a solucionar a questão — o grupo chegou a
sinalizar com uma greve geral por tempo indeterminado, mas mudou de ideia. A
classe tem demonstrado irritação com a demora e feito reuniões constantes com
membros do governo para cobrar respostas.
O piso foi instituído em
2022 a partir da aprovação de um projeto de lei no Congresso Nacional,
posteriormente sancionado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). De acordo com
a lei, enfermeiros passam a receber um salário mínimo inicial de R$ 4.750, a
ser pago em todo o país por serviços de saúde públicos e privados.
Além disso, a remuneração
mínima de técnicos de enfermagem será de 70% do piso nacional dos enfermeiros
(R$ 3.325), enquanto o salário inicial de auxiliares de enfermagem e parteiras
corresponderá a 50% desse piso (R$ 2.375).
A lei foi sancionada em 4
de agosto do ano passado, mas um mês depois o ministro Luís Roberto Barroso
suspendeu a norma e posteriormente o plenário do STF confirmou a decisão. O
piso foi congelado por pedido da Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e
Estabelecimentos e Serviços (CNSaúde), que alegou que a norma poderia trazer
uma série de prejuízos, como demissões em massa, fechamento de leitos por falta
de pessoal e atrapalhar a organização financeira de estados e municípios.
Outro motivo que pesou
para a suspensão do piso foi a falta de indicação do orçamento para viabilizar
o pagamento dos salários. Só em dezembro o Congresso passou a discutir o
assunto e foi promulgada uma emenda constitucional estabelecendo que recursos
do superávit financeiro de fundos públicos e do Fundo Social seriam usados para
financiar o piso no setor público, nas entidades filantrópicas e de prestadores
de serviços, com um mínimo de atendimento de 60% de pacientes do Sistema Único
de Saúde (SUS).
A alternativa encontrada
pelo parlamento, no entanto, não foi suficiente para liberar o piso. Segundo
Barroso, ainda falta uma lei para regulamentar as regras instituídas pela
emenda constitucional.
R7
0 comentários:
Postar um comentário