O terceiro governo do presidente Lula tem obtido sucessivas vitórias no Supremo Tribunal Federal (STF) desde o seu início em 2023.
Entre aquele ano e 2024,
foram julgadas 111 ações constitucionais, nas quais a Advocacia-Geral da União
(AGU) se manifestou, e 99 resultaram em decisões favoráveis à gestão,
representando 89% de sucesso. O levantamento com dados da AGU foi publicado
pelo jornal Folha de S.Paulo.
A sintonia entre as ações
do governo e as decisões do STF é evidente. No mesmo período, a AGU alcançou
uma taxa de êxito de 74% em 5.888 decisões judiciais gerais. Em 2024, o
porcentual de sucesso foi de 76%, superior aos 72% registrados em 2023.
O AGU, Jorge Messias,
disse que os resultados refletem o compromisso da Advocacia com a “defesa do
patrimônio da União e do Estado democrático de Direito”.
Ao contrário de Lula,
governo de Bolsonaro teve derrotas no STF
“Estamos no caminho certo
e nos preparamos para obter resultados ainda melhores em 2025”, afirmou
Messias. A AGU, interpelado pela Folha, não forneceu dados sobre o período do
governo de Jair Bolsonaro.
Especialistas
entrevistados pelo jornal destacaram que as vitórias do governo Lula contrastam
com o padrão observado durante a gestão de Bolsonaro.
Enquanto Lula teve
avanços em processos sobre restrições a armas de fogo e desoneração da folha de
pagamento, Bolsonaro enfrentou derrotas em questões como isolamento social e
flexibilização do acesso a armas, além de disputas sobre nomeações na Polícia Federal.
Opiniões de especialistas
Gabriela Zancaner,
professora de Direito constitucional da PUC-SP, explicou que a diferença nas
decisões do STF entre os dois governos não se deve apenas à atuação da AGU, mas
também à composição da Corte e à “compatibilidade das políticas com a Constituição”.
Zancaner afirmou que o
tribunal, com uma maioria de ministros indicados em gestões petistas, pode
estar mais alinhado ao governo atual. “Não é uma questão de ‘eu chuto, e você
marca o gol’, mas, sim, de competência do Supremo e do caminho que esse governo
tem seguido”, observou a especialista.
Revista Oeste
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