O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez uma afirmação neste domingo (1º) sobre uma intenção do ministro Alexandre de Moraes que nunca foi vocalizada pelo magistrado. Ao discursar no 16º Congresso Nacional do PSB (Partido Socialista Brasileiro), em Brasília, o petista disse:
“Os Estados Unidos
querem processar o Alexandre de Moraes porque ele está querendo prender um cara
brasileiro [não fica claro se é o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro
(PL-SP) ou o jornalista Allan dos Santos] que está lá nos Estados Unidos fazendo
coisa contra o Brasil o dia inteiro. Ora, que história é essa de os Estados
Unidos quererem negar [visto de entrada no país para autoridades brasileiras,
como Moraes] alguma coisa e criticar a Justiça brasileira? Eu nunca critiquei a
Justiça deles. Eles fazem tanta barbaridade e eu nunca critiquei. Faz tantas
guerras. Mata tanta gente. Por que eles vão querer criticar o Brasil?”.
A declaração se deu
depois de o Departamento de Justiça dos EUA encaminhar ao STF e ao Ministério
da Justiça uma carta repreendendo Moraes por determinar que o Rumble bloqueasse
o perfil de um usuário que vive no país – o jornalista brasileiro Allan dos Santos.
Lula não diz a quem se
refere ao falar de um “cara brasileiro” nos Estados Unidos. Poderia ser o
jornalista Allan dos Santos. Há margem para outra interpretação: a de que a
pessoa que Moraes quer prender seria o deputado federal licenciado Eduardo
Bolsonaro (PL-SP).
No caso de Allan dos
Santos, um jornalista que atua de forma crítica em relação ao governo do PT,
Moraes emitiu um mandado de prisão por meio da Interpol, a polícia
internacional. Só que o governo dos EUA nunca aquiesceu a respeito desse
mandado, pois no pedido do STF não está claro qual o crime que Santos teria
cometido, exceto fazer críticas à esquerda brasileira –o que é considerado
liberdade de expressão na lei norte-americana e não permite a extradição de uma
pessoa.
EDUARDO BOLSONARO
O deputado licenciado é
alvo de um inquérito no STF. A PGR (Procuradoria Geral da República) pediu à
Corte em 26 de maio que investigue a atuação de Eduardo nos Estados Unidos.
Argumenta que ele vem “reiteradamente e publicamente afirmando que está se dedicando
a conseguir do governo dos Estados Unidos a imposição de sanções contra
integrantes do Supremo Tribunal Federal”.
Moraes determinou a
abertura da investigação no mesmo dia (26.mai) para apurar a “conduta delitiva”
de Eduardo pelos crimes de coação no curso do processo, obstrução de
investigação de infração penal que envolva organização criminosa e abolição
violenta do Estado Democrático de Direito.
O relator desse processo
é Moraes. O ministro do STF está conduzindo com presteza o caso. Nesta semana,
o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pai de Eduardo, deve depor à Polícia
Federal na 5ª feira (5.jun.2025) a respeito da atuação do filho nos Estados Unidos.
Poder 360
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