A revista britânica
Economist diz em artigo (leia aqui, para assinantes) publicado neste domingo
(29) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “perdeu a influência no
exterior” e está “cada vez mais impopular no Brasil”.
Para a publicação, o
posicionamento do Brasil sobre a guerra entre Israel e Irã isolou o país de
todas as outras democracias ocidentais e teve uma “linguagem agressiva”. Em 22
de junho, o Itamaraty condenou os ataques dos Estados Unidos ao país persa e declarou
que a ofensiva representou uma “violação de soberania”.
“A simpatia do Brasil com
o Irã deve continuar em 6 e 7 de julho, quando o Brics, um grupo de 11
economias de mercados emergentes, incluindo Brasil, China, Rússia e África do
Sul, realiza sua cúpula anual no Rio de Janeiro. O Irã, que se tornou integrante
do Brics em 2024, deve enviar uma delegação. O grupo é atualmente presidido
pelo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, conhecido como Lula.
Originalmente, ser um membro ofereceu ao Brasil uma plataforma para exercer
influência global. Agora, faz o Brasil parecer cada vez mais hostil ao
Ocidente”, escreve a revista.
A Economist diz que Lula
não fez “nenhum esforço para estreitar laços com os Estados Unidos desde que
Donald Trump assumiu o poder”, em janeiro de 2025.
“Em vez disso, Lula
corteja a China. Ele se encontrou com Xi Jinping, o presidente da China, duas
vezes no ano passado”, diz trecho do artigo, que destaca a preferência do
petista por se aproximar a países da Europa e da Ásia.
“Em maio, Lula foi o
único líder de uma grande democracia a comparecer às comemorações em Moscou do
fim da Segunda Guerra Mundial. Ele aproveitou a viagem para tentar convencer
Putin de que o Brasil deveria mediar o fim da guerra na Ucrânia. Nem Putin nem
ninguém lhe ouviu”, escreve a publicação.
Para a Economist, o
presidente brasileiro é “pouco pragmático”
“Lula não conversa com
seu homólogo argentino, Javier Milei, por diferenças ideológicas. Quando
assumiu o cargo pela 3ª vez, em 2023, abraçou Nicolás Maduro, o autocrata da
Venezuela, apesar de o país ter se tornado uma ditadura.”
A revista completa: “Lula
parece relutante ou incapaz de reunir as nações latino-americanas para
apresentar uma frente unida contra as deportações de migrantes e a guerra
tarifária de Trump”.
Queda de popularidade
A revista destaca também
a queda de popularidade de Lula neste 3º mandato. Pesquisa PoderData realizada
de 31 de maio a 2 de junho mostrou que o governo do presidente é desaprovado
por 56% dos eleitores. Quando Lula assumiu, essa taxa era de 39%.
“O país se inclinou para
a direita. Muitos brasileiros associam seu Partido dos Trabalhadores à
corrupção, devido a um escândalo que o levou à prisão por mais de um ano (sua
condenação foi posteriormente anulada). Ele construiu o partido com o apoio de
sindicatos, católicos com consciência social e pessoas pobres que recebiam
esmolas do governo. Mas hoje o Brasil é um país onde o cristianismo evangélico
está em expansão, onde o emprego na agricultura e na economia informal está
crescendo rapidamente e onde a direita também oferece esmolas”, afirma a
Economist.
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