Em meio à queda de braço com o Congresso Nacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ministros e aliados têm apostado no discurso de justiça social para fazer frente à derrubada do decreto que promovia alterações nas alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
A aprovação do projeto de
decreto legislativo (PDL) para sustar os efeitos da medida foi uma derrota
histórica para o Executivo. Como forma de reação, o governo ainda avalia se vai
entrar com ação no Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, tem atuado para
rebater críticas sobre ser responsável pelo aumento de impostos no país.
O Congresso alega que a
alta nos tributos foi a causa da derrubada do PDL. O governo, no entanto,
defende que a medida atinge apenas “o andar de cima” e, portanto, busca fazer
“justiça social e tarifária”. Esse foi o tom adotado pelo ministro da Fazenda,
Fernando Haddad, em discurso no Palácio do Planalto, nessa segunda-feira
(30/6).
Durante o lançamento do
Plano Safra para a Agricultura Familiar, o titular da equipe econômica rebateu
críticas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que horas antes havia acusado o
governo de dificultar acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC).
“Nós vamos continuar
fazendo justiça social, pode gritar, pode falar, vai chegar o momento de
debater. Mas temos de fazer justiça no Brasil. Nós não podemos intimidar na
busca de justiça. É para fazer justiça no campo, na cidade, na fábrica, é para
isso que estamos aqui”, discursou o ministro da Fazenda.
Reação
Já o presidente da Câmara
dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), defendeu a votação do PDL para
derrubar o IOF e indicou que “querem criar a polarização social” em cima do
tema. Em um vídeo publicado nas redes sociais também na segunda-feira, o líder
paraibano negou que tenha traído o governo Lula. Ele, no entanto, foi criticado
por membros do governo por ter pautado o projeto para sustar o decreto sem
comunicar os líderes partidários.
“Capitão que vê o barco
indo em direção ao iceberg e não avisa não é leal, é cúmplice. E nós avisamos
ao governo que essa matéria do IOF teria muita dificuldade de ser aprovada no
Parlamento”, disse Motta.
A bandeira da justiça
social levantada por Lula e Haddad ressoa entre os deputados do PT e de outros
membros da base. Por meio da rede X, diferentes parlamentares pontuaram que a
ação de Hugo Motta em colocar para votação o PDL seria um movimento de aceno
aos “ricos”.
Metrópoles
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