Sinônimo de bons lucros até pouco tempo atrás, o Banco do Brasil apresentou na quinta-feira, 14, o balanço do segundo trimestre e registrou uma queda de 66% em relação ao mesmo período do ano passado.
É a segunda baixa
seguida. No primeiro trimestre, o lucro líquido do banco caiu 24% – os chamados
“bancões” do setor privado (Itaú, Bradesco e Santander) aumentaram o lucro.
Agora, o problema está no
agronegócio, um dos setores mais sólidos da economia. Desta vez, o erro não foi
exatamente dos produtores, mas do próprio banco, que subestimou os riscos das
operações e ampliou o volume de crédito sem garantias robustas. Resultado: o
aumento da inadimplência chegou a 3,5% – pior marca desde o início da pandemia.
Em números totais,
contudo, o montante envolvido é muito maior. Em março de 2020, a inadimplência
somava R$ 6,5 bilhões. Hoje, são R$ 12,5 bilhões em parcelas atrasadas há mais
de 90 dias. O mercado carimba esse dinheiro não pago com NPL, sigla para non-performing
loan. Em português: empréstimos não produtivos. Ou seja, um dinheiro com alta
probabilidade de não ser pago – e que, além do agro, abarca outros setores que
também não vão bem.
No primeiro semestre de
2025, o banco já deu como perdidos quase R$ 20 bilhões da carteira de crédito.
Nem mesmo no governo Dilma houve uma perda tão grande. Em fevereiro, a
diretoria do Banco do Brasil previu um lucro líquido entre R$ 37 bilhões e R$
41 bilhões para este ano. Com tantos números ruins, a previsão foi revisada
para baixo. Agora é de no máximo R$ 25 bilhões. No mercado, há quem acredite em
valores ainda mais baixos.
Em maio deste ano, quando
divulgou os resultados do primeiro trimestre, as ações do Banco do Brasil
(BBAS3) despencaram mais de 30% (fechando em R$ 19,85 na quinta-feira, 14).
Isso antes mesmo do balanço do segundo trimestre. Segundo reportagem de O Estado
de S.Paulo, “analistas cortaram as projeções de lucro e colocaram a
recomendação das ações do Banco do Brasil em revisão”.
Revista Oeste








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