Enquanto a oposição aperta o cerco para votar o projeto de lei (PL) da anistia para envolvidos no 8 de Janeiro, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) amarra estratégias para barrar o avanço da matéria no Congresso Nacional.
O tema ganhou fôlego nas
últimas semanas com a entrada na articulação do governador de São Paulo,
Tarcísio de Freitas (Republicanos-PB). Agora, a mobilização deve crescer ainda
mais após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Primeira Turma
do Supremo Tribunal Federal (STF).
Governistas ouvidos pelo
Metrópoles veem o movimento como natural, mas acreditam que a ofensiva não deve
prosperar. E mesmo que avance na Câmara dos Deputados, o Senado deve barrar a
proposta.
De toda forma, aliados do
presidente Lula já se movimentam para derrotar o texto, caso vá a plenário.
Como mostrou o Metrópoles, o objetivo do governo é derrubar o projeto para
encerrar de vez a discussão, antes das eleições de 2026.
Estratégias do governo
Frente ao acirramento das
discussões, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT-PR),
convocou ministros para atuarem junto às bases para impedir o avanço da pauta.
Em reunião na última segunda-feira (8), a titular da articulação política
também cobrou apoio em projetos prioritários do governo que tramitam no
Congresso.
Já nesta semana, o
governador Tarcísio deve voltar a Brasília para intensificar as negociações em
torno da anistia. Enquanto isso, o governo já conta votos para derrubar o
texto, caso seja pautado em plenário.
Outra frente de atuação
de governistas é ampliar a pressão para que pautas importantes do Executivo
avancem no Congresso. É o caso da proposta de isenção do Imposto de Renda para
quem recebe até R$ 5 mil. A expectativa é votar o texto na Câmara até o fim de
setembro.
Para o deputado federal
Rogério Correia (PT-MG), a mobilização de bolsonaristas pela anistia não deve
travar a tramitação da matéria. “[Votar em setembro] é o compromisso que Hugo
Motta tem conosco e também Arthur Lira [relator do texto]. Nós não achamos que
isso vai atrapalhar, não. Pelo contrário, acho que esse assunto da anistia é,
hoje, assunto da extrema direita”, ressaltou.
O parlamentar afirma que
o projeto dos bolsonaristas é “criar instabilidade social, econômica e política
no Brasil”. Ele aposta que nem Motta, nem Alcolumbre estariam de acordo em
estabelecer isso na Câmara e no Senado.
Recentemente, Motta
reafirmou publicamente o compromisso de votar a proposta do IR. Segundo ele, o
tema é “uma prioridade para o Brasil e os brasileiros”. Apesar disso, o projeto
ainda não tem data para análise.
Metrópoles








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